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Michael Jackson Entrevista à International Press - 18 de agosto de 1992

Preto? Branco? Bichinho? Gente? Robô? Gay? Celibatário? A coisa Michael Jackson é tudo isso e também a maior estrela da música pop. Aos 33 anos, ele desmaia mas não cai do trono. Apesar dos shows cancelados, sua atual turnê pela Europa continua sendo um grande acontecimento. Como os tempos parecem exigir, Michael dedica parte dos lucros à Fundação Heal the World, empresa beneficente através da qual o cantor ajuda as criancinhas do mundo. Seu mais recente lançamento no exterior é "Dancing The Dream" (Dançando o Sonho), livro de 150 páginas que inclui poemas, reflexões e fotografias de crianças e animais em extinção - "a expressão verbal do que digo através da música e da dança", traduz Michael. "Dangerous", o novo disco, pode não estar indo tão bem quanto os anteriores "Thriller" e "Bad", mas já ultrapassou a marca das 14 milhões de cópias no planeta.


Sempre cercado por mega-esquemas de segurança e produção, o cantor raramente fala à imprensa. A entrevista abaixo foi concedida por fax à repórter Glenn Paskin, da agência Intercontinental Press, pouco depois de uma apresentação em Munique, na Alemanha. De sua suíte no hotel, ele contou, entre um clichê e outro, um pouco sobre sua low life de pop star. Dias atrás, em Cardiff, no País de Gales, desmaiou em cena três vezes, assustando os 55 mil espectadores. Levado às pressas para Londres, em um comboio de oito limusines, teve um princípio de estafa diagnosticado e cancelou algumas das datas da excursão. Ele já se submeteu a seis cirurgias plásticas no rosto e está processando um jornal inglês que informou que ele estava "deformado". Aos nove anos, ele parou de apanhar do pai - que costumava lhe dar surras de tirar sangue - quando ameaçou deixar de cantar. Agora, precisa aprender um jeito de escapar do show business.


Glenn - Em seu livro "Dançando o Sonho", você chama a atenção para as crianças da Etiópia, gaivotas morrendo no óleo que a guerra fez vazar, soldados adolescentes... Você acha que as pessoas estão insensíveis a essas coisas?
Michael - Não creio. No mundo todo, estamos vendo um ressurgimento dos valores humanos básicos e da preocupação com a sacralidade de toda a vida do nosso planeta.
Glenn - Seu livro dá a impressão de que você vê a si mesmo como um filósofo. Isso é verdade?
Michael - Não. Tenho um objetivo, como todo mundo na Terra. Descobrir esse objetivo e viver para expressá-lo é acender a chama do divino dentro de nós.
Glenn - Os poemas e ensaios do livro vêm de um diário pessoal?
Michael - Não tenho diário. As idéias aparecem e são incubadas na minha cabeça.
Glenn - A solidão deixa você triste?
Michael - Sei viver a solidão. Ela pode ser uma experiência árdua, mas também significa amor e consciência a respeito de tudo na vida.
Glenn - Você constantemente fala em Deus e em espiritualidade, e foi criado como Testemunha de Jeová. Hoje você se considera uma pessoa religiosa?
Michael - Não me considero religioso no sentido de me submeter a dogmas específicos. Diria que sou espiritual. Acredito que há uma área da consciência onde podemos vivenciar nossa universalidade. Leio todo tipo de livros religiosos e acredito que há verdade em todos eles.
Glenn - Você se sente aprisionado pela fama?
Michael - Sim, a fama pode ser aprisionadora. Mas a melhor parte de ser Michael Jackson é saber que você pode interagir com milhões de pessoas. E nessa interação, sempre se troca algo.
Glenn - E o que é esse algo?
Michael - Amor. É animador. É mágico.
Glenn - Como você se sente quando está dançando no palco?
Michael - Eu danço para expressar minha bênção. Não faço muito esforço praticando, sinto a dança dançando por si mesma através de mim. Sou um instrumento para a expressão do êxtase.
Glenn - O que você come? Como se exercita?
Michael - Minha vida não é cheia de preocupações com dietas especiais ou exercícios diários. Me divirto com meus amigos ou sozinho. Gosto de ver filmes, ler livros, dançar - e, às vezes, gosto de não fazer nada.
Glenn - Depois da cena da pantera no clipe "Black Or White", foi especulado se você estaria dando vazão a enormes sentimentos de raiva...
Michael - Raiva é o primeiro passo para uma tomada de consciência. Se não sentimos raiva por algumas das iniqüidades e injustiças de nossa sociedade, não há esperança para a transformação.
Glenn - Seus vídeos são sempre superproduções. Você gostaria de participar de um longa-metragem?
Michael - Vou produzir e dirigir muitos filmes, filmes que tragam a mágica da vida, divertindo e fazendo as pessoas pensar.
Glenn - Quando você está compondo, a letra vem antes ou depois da música?
Michael - Primeiro escuto a música e sinto a dança. Depois, a letra vem espontaneamente.
Glenn - No livro, você escreveu que muitas crianças têm sua infância roubada. Como uma estrela-mirim, você se sentiu assim?
Michael - Certamente não tive uma infância comum, mas a mágica estava sempre lá.
Glenn - Você pensa em se casar algum dia?
Michael - Minha vida é o presente. E a graça da vida é pisar no desconhecido a cada manhã. Espero ansioso pelo futuro, traga ele o que trouxer.


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