Reportagem da revista Veja sobre Michael Jackson - 1984 (5/5)
Joseph Jackson, o pai vilão
Nem os milhões de dólares que ganha com suas músicas, nem o posto de músico mais popular do mundo foram até agora suficientes para que Michael Jackson resolvesse o mais difícil impasse de sua carreira: a relação tempestuosa que mantém com seu empresário. Para qualquer artista, seria simples trocar de empresário. Para Michael, isso significaria demitir seu próprio pai. Aos 53 anos, Joseph Jackson, ou Joe, é ainda o patriarca que, desde 1965, quando os Jackson ensaiaram seus primeiros passos no palco, dirige o destino profissional dos filhos. Durante a ascensão do conjunto, no final dos anos 60, Joseph aparecia como o pai compreensivo e encorajador de cinco meninos prodígios. Hoje, com os cabelos arrumados mais ou menos no mesmo wet look celebrizado por Michael, sua imagem é mais próxima à do vilão, o fiscal prepotente e possessivo de todos os passos o astro e de seus irmãos. No último ano, à medida que Michael transformava-se numa mega estrela, suas relações com o pai iam se tomando cada vez mais difíceis.
Os problemas mais sérios se concentraram na própria concepção da atual turnê dos Jackson alegadamente imposta a Michael por Joseph como a última grande oportunidade de fazer os irmãos ganharem um bom dinheiro, valendo-se deste momento de pico no prestígio do superastro. Michael não gostou da ideia. Para ele, hoje em dia, cantar com os irmãos num show e num disco em que cada músico desempenha papéis da mesma importância é como se Frank Sinatra, depois de consagrado, voltasse a ocupar o posto de crooner numa orquestra de dança. Michael acabou aceitando a incumbência unicamente para resolver a situação financeira dos irmãos, dois dos quais, ao que se informa, estariam com problemas de dinheiro. Logo, porém, sobreveio novo curto-circuito, quando seu pai escolheu o encarregado da organização da turnê: o empresário Don King, cuja experiência se limitava à área do boxe e por quem Michael não oculta antipatia e desconfiança.
TEMPESTADE FAMILIAR - O primeiro passo de King deixaria Michael em pânico: o empresário escolheu, para patrocinar a turnê, a Pepsi-Cola. Trata-se de um produto que jamais frequentaria a mesa de Michael Jackson, que é vegetariano e confessa horror a refrigerantes artificiais. O tempo fechou definitivamente quando Joseph e Don King anunciaram sua disposição de fazer da turnê dos Jackson não só a mais espetacular, mas também a mais lucrativa de que se tem notícia, e fixaram o preço do ingresso em 30 dólares, com um mínimo de quatro ingressos para cada comprador, contra os 20 dólares, no máximo, defendidos por Michael. Segundo uma fonte ligada à equipe dos Jackson, atualmente Michael e seu pai evitam falar um com o outro em reuniões de trabalho.
De qualquer forma, o início triunfal significa uma vitória para Joseph Jackson, um ex-operador de guindastes na construção civil que, no início dos anos 60, economizava no orçamento doméstico para comprar instrumentos musicais para os filhos. Hoje Joseph ostenta o êxito de sua dinastia seja na suntuosa casa que a abriga, na Califórnia, seja cobrindo-se de jóias extravagantes. Tudo indica, no entanto, que para amainar a tempestade familiar Joseph terá que recuar do posto de empresário bem-sucedido para voltar a ser apenas o pai de antigamente.
(Fim da Reportagem)
Os problemas mais sérios se concentraram na própria concepção da atual turnê dos Jackson alegadamente imposta a Michael por Joseph como a última grande oportunidade de fazer os irmãos ganharem um bom dinheiro, valendo-se deste momento de pico no prestígio do superastro. Michael não gostou da ideia. Para ele, hoje em dia, cantar com os irmãos num show e num disco em que cada músico desempenha papéis da mesma importância é como se Frank Sinatra, depois de consagrado, voltasse a ocupar o posto de crooner numa orquestra de dança. Michael acabou aceitando a incumbência unicamente para resolver a situação financeira dos irmãos, dois dos quais, ao que se informa, estariam com problemas de dinheiro. Logo, porém, sobreveio novo curto-circuito, quando seu pai escolheu o encarregado da organização da turnê: o empresário Don King, cuja experiência se limitava à área do boxe e por quem Michael não oculta antipatia e desconfiança.
TEMPESTADE FAMILIAR - O primeiro passo de King deixaria Michael em pânico: o empresário escolheu, para patrocinar a turnê, a Pepsi-Cola. Trata-se de um produto que jamais frequentaria a mesa de Michael Jackson, que é vegetariano e confessa horror a refrigerantes artificiais. O tempo fechou definitivamente quando Joseph e Don King anunciaram sua disposição de fazer da turnê dos Jackson não só a mais espetacular, mas também a mais lucrativa de que se tem notícia, e fixaram o preço do ingresso em 30 dólares, com um mínimo de quatro ingressos para cada comprador, contra os 20 dólares, no máximo, defendidos por Michael. Segundo uma fonte ligada à equipe dos Jackson, atualmente Michael e seu pai evitam falar um com o outro em reuniões de trabalho.
De qualquer forma, o início triunfal significa uma vitória para Joseph Jackson, um ex-operador de guindastes na construção civil que, no início dos anos 60, economizava no orçamento doméstico para comprar instrumentos musicais para os filhos. Hoje Joseph ostenta o êxito de sua dinastia seja na suntuosa casa que a abriga, na Califórnia, seja cobrindo-se de jóias extravagantes. Tudo indica, no entanto, que para amainar a tempestade familiar Joseph terá que recuar do posto de empresário bem-sucedido para voltar a ser apenas o pai de antigamente.
(Fim da Reportagem)
Reportagem publicada pela revista Veja em 18 de julho de 1984
Reportagem da revista Veja sobre Michael Jackson - 1984 (5/5)
Reviewed by MJFans BR
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9:30 AM
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